Estudo Mobilidade Inteligente
Mobilidade Inteligente Uma nova abordagem no planeamento e gestão a mobilidade urbana – o caso das ciclovias 105 6. Conclusões Nos dias de hoje, sendo a sustentabilidade uma das principais prioridades na gestão dos espaços urbanos, tomando aliás em consideração os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o Pacto Verde Europeu, torna-se necessário continuar a investir no acesso a produtos seguros e acessíveis e num transporte acessível e sustentável para todos, principalmente para aqueles em situação de vulnerabilidade. Tal significa que não é possível implementar uma transição para um sistema de transportes hipocarbónicos e deixar para trás as camadas da sociedade com mais dificuldades financeiras, que ficariam sem acesso a quaisquer soluções de mobilidade (European Commission, 2019) (European Commission, 2020). Neste âmbito, algumas sugestões podem apresentar-se, em matéria de estratégias e políticas integradas, na área da mobilidade urbana, e que podem ter especial relevância em cenários como o de pandemia que estamos a viver: Ajuste dinâmico da oferta de transporte público através do conhecimento em tempo real da sua ocupação, (e, eventualmente, monitorizar a temperatura dos utilizadores nos pontos de entrada do sistema); Utilização de autocarros (nomeadamente aproveitando a subutilização que decorre da quebra do turismo) para complementar a oferta de transporte ferroviária; Criação de aplicações para smartphones que permitam a reserva de lugares; Promover o desfasamento de horários para distribuir a hora de ponta por um maior período. Se temos hoje disponível uma extraordinária capacidade tecnológica, com particular relevância para a ciência dos dados e a inteligência artificial, é nossa obrigação tirar partido da mesma para garantir que as políticas públicas efetivamente respondem às necessidades da sociedade, assegurando a prestação de ummelhor serviço à comunidade e, em paralelo, uma utilização ética dos dados e o respeito pela privacidade individual no combate à pandemia (Castro Neto, 2020). Nesse sentido, da análise e do diagnóstico desenvolvidos no presente relatório, importa desde logo reconhecer que mobilidade é sobejamente considerada como um dos pilares fundamentais da gestão das cidades e da construção da inteligência urbana e, fruto da evolução tecnológica em curso no sector, é eventualmente onde se assistirá não a uma evolução, mas sim a uma verdadeira revolução, que alterará profundamente os hábitos de mobilidade e os sistemas de mobilidade urbana. No entanto, sendo inquestionável o relevante papel da tecnologia na disrupção do atual paradigma da mobilidade urbana, convém não esquecer que a dimensão do planeamento urbano tem e terá sempre um papel estrutural nesta mudança e, nesse sentido, as opções que são tomadas em sede de desenho de infraestruturas e conceção de medidas de gestão de tráfego têm um forte impacto na eficiência e eficácia do sistema de mobilidade urbana no seu todo e externalidades que impactam o ambiente e a saúde pública.
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