Estudo Mobilidade Inteligente

Mobilidade Inteligente Uma nova abordagem no planeamento e gestão a mobilidade urbana – o caso das ciclovias 42 3. Construindo uma nova mobilidade urbana: Mobilidade Inteligente A mobilidade é um dos principais desafios que as áreas urbanas enfrentam à escala global, quer pela necessidade de responder às necessidades de quem vive, trabalha ou visita as cidades, quer pelo impacto ambiental que as mesmas têm. Paralelamente, a transformação digital das cidades em conjunto com a evolução tecnológica no sector da mobilidade, apresenta novas soluções e equipamentos que contribuem de forma muito significativa para uma mudança disruptiva da mobilidade urbana. Podemos identificar uma alteração de paradigma – a cidade como plataforma – em três grandes tendências: partilha de veículos; micromobilidade; e veículos autónomos. A estas tendências acresce a evolução em curso para a mobilidade elétrica que transversalmente potencia as três tendências referidas. 3.1. A Cidade em mudança As áreas metropolitanas portuguesas são proeminentemente influenciadas pelas cidades que se apresentam como seus polos ou centros urbanos principais, que são na realidade as cidades de Lisboa e Porto. Analisar as mudanças que áreas metropolitanas, e respetivas cidades, têm vindo a sofrer nos últimos anos apresenta-se como elemento essencial para compreender a dinâmica espácio- temporal da mobilidade e as opções dos cidadãos que utilizam os diferentes meios de transporte no espaço urbano, no seu dia-a-adia. Apenas assim é possível suportar um exercício de análise e cenarização de diferentes estratégias de mobilidade e os seus potenciais impactos, em particular a interdependência entre transporte individual privado (automóvel), transporte público e modos suaves. Torna-se, por isso, fundamental acompanhar o que se vai passando no território para dar resposta em tempo real às necessidades urgentes dos utilizadores dos diferentes meios de transporte no espaço da cidade. Exige-se planeamento e monitorização e acompanhamento na respetiva implementação. Não basta apenas tomar uma decisão, executá-la e esperar que algo aconteça. É preciso estar atento aos chamados feedback loops e perceber de que forma a comunidade e o território pode ajudar os decisores e legisladores a melhorar as condições em que vivem e se deslocam os cidadãos, por uma melhor qualidade de vida. A título de exemplo, a evolução dos números da Covid-19 – que apontam no sentido da concentração do número de novos casos em áreas com características particulares no que concerne o desenho urbano, o perfil sociodemográfico e a forte dependência da utilização do transporte público nas deslocações pendulares casa-trabalho – impõe a necessidade de respostas. Hoje, ao analisarmos a evolução da pandemia, constatamos que existe um padrão entre a configuração do tecido urbano, a sua localização e as características da população residente com o número de infetados e sua evolução, que nos levam a pensar que o futuro passa, também, por

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